A Economia da Identidade (George Akerlof e Rachel Kranton) 2010: Excelente livro. O texto foi uma recomendação de uma colega de trabalho, fruto de uma conversa sobre identidade, senso de pertencimento e identificação com algo.
Em resumo, o livro é fruto da pesquisa de George Akerlof, o prêmio Nobel de economia de 2001 e marido da Janet – não temos pressa para subir os juros – Yellen.
Akerlof aprimora o conceito microeconômico de utilidade e escolhas racionais inserindo na modelagem econômica a ideia de identidade dos indivíduos. Coisa de gênio. Mas isto são apenas dois capítulos. Os demais são discussões brilhantes - brilhantes mesmo - sobre o efeito de gênero, raça, religião e cultura, todos observados pelo foco da identidade dos indivíduos sob a ótica do comportamento maximizador de utilidade.
Se a ideia parece confusa, pense em um imigrante estrangeiro que precisa decidir entre perdas e ganhos de se incorporar a cultura do novo país ou manter suas tradições, (um ótimo exemplo é a forma como os filhos serão educados neste novo país: se mantendo as tradições ou absorvendo a nova identidade) mesmo que cada uma das escolhas envolva ganhos e perdas.
O penúltimo capítulo é um dos melhores que já li na vida sobre os limites das conclusões da pesquisa empírica e da extrapolação de resultados.
Para quem gosta de livros muito bem escritos, com ideias fora do convencional, mas com o tradicional rigor científico de um prêmio Nobel (que como poucos consegue se fazer entender fora da academia) e que te faz pensar sobre como vê o mundo, e seu papel nas organizações e relações pessoais, recomendo.
Vale muito a pena.
1 abraço de quebrar costelas